O texto abaixo contém uma exposição sobre a origem e destinação do lixo gerado na cidade de São Paulo, assim como informações sobre a tecnologia aplicada nos aterros sanitários:

- Origens do lixo -

- O que é um aterro sanitário -

- Implantando um aterro sanitário -

- Como é feita a operação do aterro -

 

 

 

Origens do Lixo

Com o crescente aumento populacional e elevado grau de industrialização, o ser humano passou a gerar mais resíduos e, conseqüentemente, cresceu o volume de descartes, tais como embalagens, restos de alimentos, pneus, garrafas pet, fraldas descartáveis e tudo mais proporcionado pela vida moderna.

Normalmente as pessoas não têm a menor idéia do destino do seu lixo gerado no dia-a-dia, a não ser a preocupação com o horário da passagem do "caminhão de lixo". Agora, se você preocupa-se com o MEIO AMBIENTE e com as gerações futuras, deve tomar conhecimento do tipo e do destino final do lixo que você produz.

São vários os tipos de lixo:

  • Domiciliar – ensacado, é recolhido nas residências pelo serviço público de coleta.

  • Varrição e podas – de ruas e árvores, também é recolhido pelo serviço público.

  • Hospitalar - gerado por hospitais, clínicas e farmácias.

  • Industrial - gerado pela operação das empresas, sendo classificados em tóxicos e não tóxicos.

Só na cidade de São Paulo são coletadas, aproximadamente, 13 mil toneladas de resíduos por dia, o que representam 2.600 viagens de caminhões coletores, o que formaria uma fila de 15 kms de extensão. A quantidade de lixo gerado a cada 90 dias, por exemplo, daria para completar um estádio do Morumbi.

Se todo esse lixo fosse depositado em qualquer lugar, pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de proteção ao MEIO AMBIENTE ou à SAÚDE PÚBLICA, teríamos como conseqüência a formação de "lixões" e seus inconvenientes.

 

O que é um Aterro Sanitário

Aterro sanitário é um processo utilizado para disposição de resíduos sólidos no solo, fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas e de alta tecnologia, visando sempre a preservação do MEIO AMBIENTE.

Nem todo tipo de lixo é destinado aos Aterros Sanitários, sendo o domiciliar, o de limpeza pública de ruas e o de indústrias, desde que não sejam tóxicos e devidamente autorizados pelos Órgãos Ambientais. Os resíduos hospitalares e de saúde são destinados a tratamento apropriado.

 

 

Implantando um Aterro Sanitário

Para o funcionamento de um Aterro Sanitário é necessário a obtenção de  todas as liberações por parte dos ÓRGÃOS AMBIENTAIS, tais como, no caso de São Paulo, Cetesb, Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Secretarias Municipais do Verde e Meio Ambiente ou de demais órgãos conforme a legislação de cada estado.

É feita a delimitação e isolamento total do perímetro do Aterro, inclusive com vigilância, a fim de impedir os acessos de pessoas e animais.

As águas nascentes na área do Aterro são canalizadas, devolvendo-as a seus cursos naturais, fora da área de implantação. Em seguida, é executado um aterro com argila, tendo por função impermeabilizar a fundação do aterro.

Sobre esse aterro de argila são instalados materiais especiais altamente impermeáveis denominados geomembrana e geotêxtil, que garantem a proteção do solo e das águas subterrâneas, impedindo que os resíduos que ali serão depositados tenham contato com a terra que está sob o aterro.

Durante toda a instalação das geomembranas, testes de qualidade são efetuados para a garantia total da impermeabilização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Também são construídas redes de captação do chorume, que é o líquido produzido pela decomposição do lixo e pelas águas de chuva que penetram na massa de lixo.

As redes de captação de chorume são direcionadas para tanques de acumulação, evitando o contato do mesmo com a terra e nascentes, preservando assim o lençol freático e conseqüentemente o MEIO AMBIENTE.

Nesta etapa, também são construídas redes para coleta do BIOGÁS gerado no interior do aterro, que é queimado quando do seu lançamento à atmosfera.

 

 

 

 

 

No caso do Aterro Bandeirantes, a Heleno & Fonseca, em parceria com a Arcadis Logos Engenharia S.A. e a Van der Wiel Stortgas B.V., constitui a Biogás - Energia Ambiental S.A., com a finalidade do aproveitamento do biogás como fonte de energia de baixo custo econômico e ambiental, visto que o mesmo apresenta altas concentrações de metano, com valores próximos a 55% ideais para utilização.

 

Como é Feita a Operação do Aterro

Quando o preparo da fundação está concluído para início da recepção dos resíduos, o controle de sua operação requer alta tecnologia, inclusive com ensaios laboratoriais para análise dos resíduos industriais evitando-se o recebimento de elementos tóxicos não permitidos.

Os caminhões transportadores dirigem-se primeiramente para as balanças que são operadas pela PREFEITURA (no caso de São Paulo), onde são feitas as verificações de peso, tipo e procedência dos resíduos.

Uma vez liberados, os veículos são direcionados para os pátios de descarga, onde acontece o depósito do lixo.

Imediatamente o lixo é espalhado em camadas e compactado através de tratores de última geração, formando "células" de 5 metros de altura.

 

 

 

 

 

 

Sobre as camadas de 5 metros de lixo, um compactador de 26 toneladas nivela os resíduos espalhados e compactados pelos tratores, a fim de que caminhões possam transportar terra destinada à cobertura da superfície o lixo. Tal cobertura diária é fundamental para não deixar o lixo exposto, evitando a proliferação de moscas, roedores. Isso também facilita a movimentação de máquinas e veículos sobre o aterro e proporciona o escoamento das águas de chuva, dificultando a infiltração e diminuindo a geração de chorume.

Para cada célula de 5 metros concluída, são construídos drenos horizontais e verticais interligados, formando uma malha de galerias subterrâneas.

Na última etapa, toda área exposta é coberta com grama em placas, evitando a ocorrência de erosões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Todo chorume produzido é canalizado para os depósitos e conduzidos para a estação de tratamento por caminhões tanques de aço inox.

São executadas obras complementares (drenagens, acessos, irrigação constante para a minimização de poeira, sistema de recalque de chorume, etc.).

É efetuado, ainda, um permanente MONITORAMENTO do sistema, visando o controle de aspectos geotécnicos e ambientais, através da instalação de instrumentos tais como: medidores de deslocamentos horizontais e verticais, pressão de biogás, níveis de chorume, poços profundos de águas subterrâneas, qualidade das águas superficiais, do solo e do ar.

 

 

 

 

 

 

 

Isso garante o perfeito controle do comportamento do aterro, direcionando assim, as ações de manutenção e correções necessárias.

Trabalhando o lixo com respeito ao meio ambiente